setembro 16, 2008

Câmera de TV


Tenho uma grande dificuldade de comunicação. Sempre tive. Lembro-me que, na infância, tive problemas de dicção - não conseguia pronunciar a letra "r", era mesmo da turma do Cebolinha (e da dos chineses). Agora imagine a gozação da turma... Lembro-me também do esforço mostruoso que fazia durante os treinos em casa para pronunciar a palavra "branco", ao imaginar que, durante a aula, fosse necessário perguntar à professora algo relacionado ao lápis de cor de cor branca. Essa situação perdurou até os seis, sete anos. Uma eternidade para uma criança, já tímida por natureza. Como se não bastasse ser tímida e do signo de Câncer, ainda era um tanto mirradinha - a pequenininha da sala. Com tais requisitos, não dava pra sair tagarelando demais por aí.

Mas, graças a Deus, não se é criança a vida inteira - felizmente ou infelizmente? - tornei-me adulta - embora que de língua mais solta e pronunciando todos os rrs - ainda não consegui a desenvoltura necessária para expressar-me devidamente como exigem algumas ocasiões. Hoje mesmo vivenciei uma delas.

Duas emissoras de tv foram entrevistar os artistas plásticos na exposição "Vida e Flores", organizada pela UAPPI. Eu, como uma das participantes, também fui entrevistada. Nossa! Senti-me novamente com seis anos, sem saber pronunciar o "r", tendo que perguntar algo sobre a cor "branca" par a professora. Por sorte, algumas colegas não ficaram menos nervosas e pude ficar um tanto mais à vontade diante dessa "coisa" chamada câmera de televisão.

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